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Nesta etapa escolar que
vivenciamos por aqui, consigo me deparar com uma fase rica, cheia de
descobertas e experiências “inesperadas”, algumas até difíceis, mas que,
certamente, ficarão para sempre em nossas recordações. No entanto, algo me
chama muita atenção quando se trata do aprendizado e, em especial, do comportamento
da criança nessa fase, ou melhor, o modo como as pessoas “avaliam”, pelo senso
comum, o comportamento infantil. Vou já explicar...
Cada vez mais estamos cercados de
muitas informações. A ciência, em si, evolui e isso é bom para a humanidade
que, por sua vez, absorve (aquilo que lhe convém) e transfere conhecimentos
para o cotidiano, melhor ainda, quando estes são aplicados adequadamente e sem
expor tanto uma criança e sua família.
Antes, alguns comportamentos infantis,
apresentados na escola, eram vistos, de certa forma, mais “naturais e comuns”, talvez,
até mesmo pela escassez de algumas informações. Na minha época, as crianças que
eram mais “agitadas”, eram vistas como os “bagunceiros” ou “danadinhos”. É
claro que, pode ter passado “despercebido” algum possível diagnóstico ou, mais
simples ainda, algum cuidado ou, simplesmente, alguma atenção mais direcionada,
mas assim eram tidos.
Atualmente, a meu ver, percebo que
alguns diagnósticos tornam-se “rótulos” em crianças e, mais, sem necessidade, o
que resulta em uma exposição e, quando falamos em comportamento, é sério, pois
exige conhecimento, compreensão, adaptação, paciência e respeito. Vejo,
corriqueiramente, diagnósticos expostos no senso comum, sem um cuidado devido.
Como citei acima, os “danadinhos”
da minha época, hoje, crianças em idade escolar com esse mesmo perfil, são
tidas como “hiperativas”. A impressão que tenho é que a maioria das pessoas
facilmente identifica uma criança hiperativa seja onde for. E, dependendo de
como esta criança se saia na escola com relação à sua atenção, logo aparece um
diagnóstico de “TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)”, como
se fosse da moda, mas sinceramente, não é! Não é fácil chegar a diagnósticos
que precisam ser analisados com mais cautela.
Um exemplo bem simples e comum é
ouvirmos falar que crianças, por volta dos dois anos, principalmente, as que
estão em creches (já que estão em contato direto com outras crianças), quando
começam aquela famosa fase das mordidas são logo rotulados como “agressivas”. Não
podemos descartar aspectos "normais" que envolvem essa etapa, mas é claro que cada caso é
um caso e, quando há necessidade de intervenção, no caso com os pais/família,
deve ser sim ser visto como algo que merece atenção.
Quero deixar claro que não estou desmerecendo
nenhum diagnóstico correto, pelo contrário, mas não acho interessante quando
alguns * são fechados rapidamente (quando na realidade, diagnósticos bem feitos
são um pouco mais demorados, estudados, feitos com exames também e por bons
profissionais); * ou são “rotulados” por qualquer um; * ou por não
profissionais de áreas especificas; * ou quando há exposição desnecessária como
algo do tipo: “aquela criança ali é hiperativa” e a gente fica se perguntando
como outra pessoa soube que esta criança é, de fato, hiperativa? Como essa
informação foi repassada? Com base em quê se afirma isso? Ou seja, diagnósticos
como hiperatividade, TDAH, autismo e alguns outros, não são fechados no
“olhômetro”, precisam sim ser acompanhados e avaliados!
Ressalto, mais uma vez, que há uma
gama de informações e estudos existentes diante de assuntos voltados a comportamento,
com isso, é possível identificar e fechar, quando necessário, diagnósticos
adequados e assertivos a alguma criança, com profissionalismo.
Conheço casos de famílias que
tiveram o filho diagnosticado, ou melhor, rotulado, de hiperativo através de
convivência e não de algum acompanhamento específico e adequado. Casos como
este, tendem a gerar uma situação inesperada, preocupante, além de expor a
família como um todo, pois na maioria das vezes, não há tanta discrição e o
rótulo dado acaba sendo disseminado a outras pessoas, sem cautela.
Reforço ainda que coração de mãe
e pai não se engana. Ao sentirmos que algo não está coerente no desenvolvimento
de nossos pequenos, temos sim que procurar auxílio para um acompanhamento mais
direcionado, mas sempre optar por profissionais que nos transmitam confiança e
saibam lidar com comportamentos específicos.
Quando me refiro a “rótulo”,
penso em algo não avaliado, algo do senso comum, do “achismo”, pois parece ser
simples afirmar que uma criança tem isso ou aquilo...mas será mesmo que é? E a
energia que toda criança tem para brincar na infância? E aquela dificuldade de
concentração que crianças apresentam? Pois com tantos estímulos e
possibilidades de explorar seu meio, podem não focar em algo especifico por
muito tempo... Antes de surgirem os indevidos rótulos, devemos pensar na criança
e seu tempo, em seu histórico, perfil familiar, etc. Não é frescura, mas sim,
respeito. Achar que algum comportamento é isso ou aquilo, antes de afirmar, é melhor
procurar auxílio e acompanhamento profissional. O "olhômetro" não é científico!
Desculpem-me pelo texto grande,
foi apenas um desabafo. Espero ter transmitido o que realmente penso.
E você? Já vivenciou alguma situação parecida?
Abraços,
Larissa Andrade.
Larissa, infelizmente é muito comum que essa 'avaliação' seja feita de forma precoce e, na grande maioria das vezes, equivocada. Avaliação de hiperatividade envolve vários aspectos (você como psicóloga sabe disso!), mas muitas vezes a criança danada é taxada como hiperativa e pronto....lá se foi...
ResponderExcluirJá recebi no consultório duas crianças tidas como hiperativa e que na verdade não apresentavam o diagnóstico recebido na escola.
Oi Trícia!
ExcluirÉ exatamente isso que acontece, parece que basta a criança ser sapequinha demais, danadinha ou, até mesmo, mais reservada, logo surgem os rótulos. E isso se estende a outros perfis de comportamento.
Na maioria das vezes, surge uma situação tão desnecessária, quando é somente uma fase da criança. Torcendo que isso mude!
Bjos,
Larissa Andrade.
Tanto isso é verdade que temos aí tantas crianças sendo medicalizadas...não sofri nehnum rótulo, Dan tb não, até o momento, mas, se acontecesse, iria observar antes de aceitar o "diagnóstico"...é preciso cautela, sem dúvida!
ResponderExcluirOi Myriam,
ExcluirBem citada a questão da ação medicamentosa (desnecessária). Penso que poderiam avaliar antes como esta criança está aproveitando a infância, o que a ela é oferecido de estímulo, dinâmica familiar, etc., enfim... bem melhor do que rotulá-la sem conhecimento, só com senso comum.
Bjsss,
Larissa Andrade.
Ótimo texto e é a pura verdade!! São fases, temos que deixar as crianças aproveitarem, e curtir a infância!!
ResponderExcluirEstava sentindo sua falta..rs
Beijinhos
Oi Ludmyla,
ExcluirE é isso mesmo, até para curtir a infância, cada criança tem seu estilo e os estímulos a ela colocados. Claro que há casos que merecem atenção especial e não pode ser deixado de lado. Procurar ajuda é sempre válido.
Obrigada pelo carinho! É que esses dias estavam/ estão meio corridos por aqui rsrs
Bjos,
Larissa Andrade.
Oi Larissa, texto grande mas muito bem colocado. E ler faz bem não é mesmo?
ResponderExcluirMuito bem explicado e muito bem entendido tudo que você falou com muita clareza e concordo!
Um rótulo também que meu marido não acha legal é da criança ser "super dotada". Poxa! Nem todas são e já vemos algo mais avançado em alguma área já criamos esse rotulo. De repente é uma criança estudiosa, curiosa que gosta de aprender ou mesmo tem um dom para tal coisa, mas sem chegar a ser uma criança "super dotada".
Pra falar a verdade não gosto dessa expressão.
Foi como você bem falou, é preciso profissionais de bom senso, afinados e vários estudos para se chegar a de fato diagnosticar se a criança tem isso ou aquilo de "diferente" e precisa de um cuidado maior...um olhar diferente dos pais ou de um profissional.
Um beijo grande Larissa e parabéns pelo texto. Vou ter muito cuidado também pra não sair rotulando ninguem. As vezes fazemos quase sem pensar... Mas é algo delicado isso..
Obrigada pela visita ao Bolhinhas e volte sempre.. a casa é sua! :)
Teresinha e Maria
Oi Teresinha,
ExcluirObrigada pelo carinho. Voltarei sim por lá...(esses dias estavam meio corridos e quase não postei aqui e nem estava visitando outros blogs)!
Concordo com vocês e bem colocado o ponto de "ser super dotada", também prefiro pensar, a priori, de que há muitas crianças bem estimuladas e que são curiosas, inteligentes e, desde cedo, já apresentam sinais de algum talento. Claro que cada caso tem suas particularidades e, se houver necessidade, buscar apoio profissional é fundamental.
Beijos,
Larissa Andrade.
Amiga super te entendo
ResponderExcluirtambém não quero desvalorizar nenhum estudo ou conceito
mais os "danadinhos " da nossa espoca hoje são titulados como
hiperativos e não apenas crianças
espertas e sapekas
concordo com você
Lindo Dia
beijokas da Nanda
Mamãe de Duas
Google+Nanda
Oi Nanda,
ExcluirE parece que tornou-se até comum encontrarmos alguém que afirma que tal criança é isso ou aquilo, né?! É assim que começam rótulos desnecessários, por isso, se há essa percepção e, principalmente, os pais sentirem que algo não está "de acordo", o olhar profissional pode ser bem melhor!
Bjos,
Larissa Andrade.
Ei Larissa!
ResponderExcluirTexto ótimo!
Os rótulos existem mesmo, infelizmente. Criança agitada é hiperativa; criança que fala cedo é super dotada. Muito errado isso. Cabe aos profissionais o diagnóstico e, às vezes até eles erram!
Beijo!
Oi Andreia,
ExcluirÉ bem assim, mesmo! Infelizmente! Ainda tem o ponto dos diagnósticos errados,uma pena! O exemplo que citei no texto da família que recebeu o "diagnóstico" do filho de hiperatividade, foi em uma escola e com um profissional que não tem essa atribuição, foi apenas pela convivência. Espero que isso mude e as pessoas tenham consciência que nem sempre aquilo que parece ser,é!
Obrigada pelo carinho!
Bjos,
Larissa Andrade.
Oi minha linda !
ResponderExcluirObrigada por visitar meu blog tb =D
Eu acho que os rótulos estão presentes desde a gestação... :(
enfim, as pessoas e essas manias... hehe
Beeijo meu*
E espero você no meu blog !
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Oi Jujubexxx,
ExcluirPensando bem, de fato, alguns rótulos já começam na gravidez, pois surgem uns comentários meios sem noção rsrs Já fiz até um post sobre "o que não dizer a uma grávida", nesse link:
http://maternidadeecotidiano.blogspot.com.br/2013/01/o-que-nao-dizer-uma-gravida.html
Pode deixar, aparecerei em seu blog!
Bjos,
Larissa Andrade.
Olá, Larissa.
ResponderExcluirObrigada pela visita no meu blog.
Concordo plenamente. As coisas mudaram muito e antes o que era normal, hoje pode ser colocado como um diagnóstico. Tudo é rotulado, tudo é generalizado. A globalização tem feito isso.
Adorei o post.
Bjs, Pri
Mãe Sem Frescura
www.maesemfrescura.net
Oi Pri,
ExcluirPenso que cada caso é particular, mas parece que falta mais manejo sobre o que se fala, afirma. Espero que pessoas com esse perfil,desenvolvam essa habilidade.
Obrigada pela retribuição, te espero mais vezes.
Bjs,
Larissa Andrade.
E como isso acontece. Eu tb detesto os rótulos e os comentários e observações sobre o desenvolvimento das crianças dos outros, pq é sempre assim, as pessoas apontam os "defeitos" das outras crianças e não das suas.
ResponderExcluirAqui tivemos muita dificuldade no desfralde, tinha dias que me sentia perdida, cogitando até se meu filho teria alguma coisa, pois como vc falou o nosso coração sente as coisas, mas simplesmente ele precisava de mais tempo. E eu tinha que aceitar e conviver com isso e deixar leve essa fase, quando isso aconteceu, em menos de uma semana conseguimos superar e desfraldar.
Adorei o post!
bjs, Cris
Oi Cris,
ExcluirTanto o quê e como falamos, faz toda a diferença, assim como respeitar o tempo das crianças, porém, nem todos compreendem e tem o manejo para isso.
Obrigada pela participação!
Bjos,
Larissa Andrade.